top of page

Limpar a própria merda com arte

Fotoperformance - 2021

Texto da curadora Carolina Rodrigues presente no catálogo da exposição Arte como trabalho:

A fotoperformance Limpar a própria merda com arte ironiza o papel de artista como ser dotade de uma função estritamente intelectual, ideia que promove uma ruptura com os trabalhos da vida prática, criando uma hierarquia entre funções que não deveria existir. Ter a casa limpa através do próprio trabalho, além de uma ação de autocuidado, também se contrapõe às terceirizações precarizadas que são naturalizadas em nosso país. Mery Horta também ironiza a questão do belo na história da arte, sendo a casa limpa esse ideal de beleza ao qual pretende alcançar enquanto artista. Também são colocadas em questão as dinâmicas de distribuição de trabalho, considerando raça e gênero, que são subvertidas no momento em que essa mulher negra se coloca como artista-trabalhadora e limpa a merda que é a própria, em um lugar de autossuficiência e humanização, não mais de subalternidade.

Colaboração/fotografia: Ramon Castellano

Premiada com o Arte como trabalho

bottom of page